Nomofobia? Se você não desgruda do telefone fique atento!

Hoje em dia muito se fala em tecnologia e transformação digital. Mas afinal, quais as regras de tudo isso e a melhor maneira de utilizar as redes sociais, por exemplo? Já parou para pensar quanto tempo você perde checando e rechecando seus perfis na Internet?

Transtornos e síndromes podem ser desenvolvidos com a utilização excessiva de smartphones e outros aparelhos eletrônicos. Tanto é que milhares de pessoas ao redor do mundo já sofrem de um problema que se tornou muito comum: a NOMOFOBIA. A síndrome é o medo irracional de ficar sem o seu telefone celular ou ser incapaz de usar o telefone por algum motivo, como a ausência de um sinal, o término do pacote de dados ou a carga da bateria.

Uma fobia crescente entre jovens, a palavra tem origem de uma composição em inglês: no + mobile + phone + phobia. O termo foi criado pela YouGov, uma instituição de pesquisa sediada no Reino Unido.

58% dos homens e 47% das mulheres sofrem com nomofobia

Agora, o problema de preocupação mundial levou a ONG britânica Royal Society for Public Health a promover uma campanha para que as pessoas fiquem 30 dias sem acessar redes sociais.

A iniciativa pretende oferecer uma oportunidade única de tirar um descanso dos perfis online e se atentar ao impacto negativo que o uso excessivo pode provocar em nossa saúde mental.

Segundo estudos, o aumento da ansiedade, depressão, os casos de cyberbullying, insônia e os mais variados problemas de autoestima estão diretamente ligados ao vício contemporâneo em redes sociais.

Intitulada “Scroll Free Septemper”, a campanha sugere níveis diferentes de adesão: você pode ser uma “Social Butterfly” (“Borboleta social”, em tradução livre), deixando de postar durante eventos sociais e reuniões em geral, “Night Owl” (“Coruja noturna”), que não utiliza as redes depois das 18hs, ou uma “Busy Bee” (“Abelha ocupada”), que consiste em não acessar as redes nas horas de trabalho ou estudo – e uma última opção seria jamais usar o celular na cama.

Você se identifica?

Em um estudo de 2008, pesquisadores relataram que 53% dos usuários de celulares se sentiam ansiosos quando não podiam usar seus telefones celulares e mais da metade nunca desligava seus aparelhos. Estudos em anos seguintes descobriram que os números aumentaram desde então.

Um número crescente de jovens agora toma banho com o celular. Um percentual crescente prefere utilizar mensagens de texto, Whatsapp ou tweet, em vez de falar com outras pessoas.

O estudo realizado pela YouGov constatou ainda que cerca de 58% dos homens e 47% das mulheres sofrem com nomofobia, e outros 9% se sentem estressados ​​quando seus celulares estão desligados.

Existe tratamento?

O vício em smartphones é um problema do primeiro mundo que não mostra sinais de desaceleração, independentemente da idade. E embora possa parecer bobo – você pode realmente estar viciado em um dispositivo móvel e sofrer com as implicações reais deste quadro.

O número revela o uso excessivo dos meios digitais na busca pela conexão permanente, que pode levar ao desenvolvimento de um transtorno prejudicial à saúde física e mental. Nos Estados Unidos, existem clínicas de reabilitação que oferecem programas de desintoxicação para maiores de 18 anos.

O primeiro desse tipo, no Bradford Regional Medical Center, na Pensilvânia, prevê dez dias em reclusão absoluta. Durante esse período, o tempo de acesso à internet é controlado e o paciente só pode se conectar para resolver assuntos pontuais.

 Brasil tem 120 milhões de usuários de internet, o quarto maior volume do mundo, atrás de Estados Unidos, Índia e China, segundo relatório da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD). Em 2016, o país foi considerado o segundo que mais usa o WhatsApp, em um levantamento do Mobile Ecosystem Forum (MEF).

No Brasil, o tratamento da nomofobia é feito a partir de conversas. Os jovens participam de reuniões de grupo a cada 15 dias no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas da Universidade de São Paulo (USP), em São Paulo. O paciente é acompanhado por um psiquiatra e deve participar da dinâmica durante 18 semanas. Os pais também se reúnem para discutir a situação do filho e para saber como podem ajudar.

Segundo a terapeuta transpessoal Wanessa Moreira, a portabilidade e rapidez do uso do celular tem prejudicado e muito as pessoas já propensas a desenvolverem ansiedade, principalmente os jovens.

“O uso excessivo das redes gera uma solidão muito grande. Muitos jovens hoje já têm a consciência dessa consequência. A sensação de frustração também aumenta, pois sempre estão vendo felicidade infinita nas redes ao invés de doses da vida real, como acontece fora delas. Eles são os mais afetados pelo uso da tecnologia, assim como os adultos. Mas os jovens têm uma tendência de estar mais tempo conectados”

Para a especialista, diversos efeitos colaterais podem ser causados no comportamento dos usuários compulsivos de celular e aparelhos eletrônicos.

“O uso excessivo das redes sociais gera um nível de ansiedade mais alta devido à luz do aparelho, e também angústia por ficar em uma alienação do contexto real por muito tempo. Favorece a procrastinação, pois as pessoas não “percebem” o tempo passando enquanto navegam nas redes”, complementa a especialista em psicologia transpessoal.


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